Os povos indígenas são conhecidos por suas histórias e manifestações culturais, muitas das quais são perpetuadas na sociedade brasileira e se fazem sentir no uso de objetos, na alimentação, em costumes e nomes de cidades e avenidas. No entanto, o tratamento de parte da população com os indígenas é de indiferença e, até mesmo, de violência. No contexto educacional, nem mesmo a força da Lei 11.645/08 conseguiu modificar significativamente essa situação. Falta investimento público na formação de educadores para cumprir o que propõe a lei, que tornou obrigatório o ensino da história e cultura indígena em sala de aula. Por outro lado, as vozes indígenas vêm se estabelecendo como força motriz de um potente movimento de protagonismo, em que são apresentadas outras maneiras de pensar o mundo, de contar as histórias ancestrais, de ouvir os cantos e conhecer outras cosmovisões de mundo. A escuta atenta dessas vozes na sua diversidade requer ouvidos e miradas destituídas de pré-conceitos que ainda povoam o imaginário brasileiro. Aprender a ouvir e a contar histórias, a ouvir e a cantar músicas do repertório indígena propicia uma aproximação com o universo de saberes dos povos originários.