EEB Luís Pacheco dos Reis  - Pescaria Brava/SC

Resumo

Em época de Internet avançada e jovens conectados, a troca de cartas através dos Correios é algo inusitado, mas foi a estratégia  utilizada  para trabalhar o gênero carta com os alunos do 9º ano. A princípio, conversei com uma professora que trabalha em São Joaquim sobre a possibilidade de trocarmos cartas entre os nossos alunos, enviadas pelo Correio. Pensando em ampliar as competências de comunicação e repertório cultural a partir do gênero textual carta, foi possível contemplar a habilidade de leitura, produção de texto com o uso de estratégias de escrita (planejamento, produção de rascunho, revisão e edição final) e análise linguística.

​

Durante os primeiros meses do ano, nossos alunos escrevem cartas para os alunos de São Joaquim, as quais são postadas no Correio pela professora. Nessas cartas (por serem escritas a mão), os alunos procuram ter cuidado com a letra e evitam  cometerem erros, fazendo com que eles redobrem o cuidado e incentivando também a leitura, já que estão escrevendo para pessoas que eles ainda não conhecem, mas que, com certeza, irão se tornar suas amigas até o fim do projeto. As expectativas entre remetentes e destinatários começam quando as primeiras cartas são enviadas e quando as cartas chegam, eles respondem e, assim, faremos até o fim do ano. Em agosto (por ser um dos meses mais frios do ano), nossos alunos viajaram até São Joaquim para, então, conhecerem os novos amigos, a cultura, a história do município e dos amigos com quem mantêm correspondência. Nesse meio tempo, nossos alunos fizeram rifas, pagaram uma pequena mensalidade e algumas mães ajudaram como puderam para que seus filhos pudessem participar da excursão que os levaria até São Joaquim. Muitos dos nossos alunos não conheciam a Serra do Rio do Rastro e ficaram maravilhados com a beleza do lugar, que realmente é lindo. Nossos anfitriões nos recebem calorosamente com alimentação convidativa e conduziram a visitação a lugares muito especiais como: a Sanjo Cooperativa Agrícola; a Vinícola Villa Francione; a Igreja de pedra; a fábrica e loja de Chocolates Bosque; o comércio pequeno, mas charmoso, voltado para roupas quentes de inverno; mirantes lindos nos quais vimos o nascer e o pôr do sol. Assim passamos o dia aprendendo e conhecendo uma cultura diferente da nossa, além dos pomares e plantações enormes de maçãs, pêssegos, uvas, pinhão, cultivo distinto do nosso município.

 

Quando voltamos, sentimos que ainda havia muito a conhecer com os novos amigos. Então, a contrapartida nossa no projeto, será, em novembro (por ser um mês quente), recebermos a visita da escola serrana em nosso município. Muitos daqueles alunos nunca vieram para o litoral, portanto, será a nossa vez de retribuir com carinho, hospitalidade a tudo que foi feito em nossa visita em agosto, firmando, assim, o compromisso de que no próximo ano, novas turmas, com novos alunos, terão a oportunidade de comunicarem-se por correspondência, compartilhar experiências, ampliar repertório e conhecimento.

​

Clique nas imagens para ampliá-las.